ABSTRACT
A própolis é um complexo de substâncias naturais cujas atividades terapêuticas têm sido relatadas por diversos autores. Dentre estas atividades, seu potencial quimiopreventivo é controverso. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do extrato aquoso da própolis de origem brasileira (EAP, 0,13% na água de beber) sobre a hepatocarcinogênese química em um protocolo de média-duração de duas etapas, com iniciação pela dietilnitrosamina (DEN, 200 mg/kg de peso corporal, ip, dose única) e promoção com baixa concentração de hexaclorobenzeno (HCB, 100 ppm) na ração. Os animais foram sacrificados após oito e 30 semanas de experimentação. Os fígados foram coletados e processados histologicamente para análise da incidência de focos de hepatócitos alterados (FHA), sob coloração de hematoxilina e eosina, e para a análise quantitativa do número e área de FHA que expressavam a enzima glutationa S-transferase (GST-P mais), identificados por reação imunoistoquímica. Os resultados indicam que a administração do EAP não influenciou o desenvolvimento destas lesões pré-neoplásicas. O tratamento com EAP, isoladamente, não induziu o aparecimento de focos GST-P mais além dos níveis basais (FHA espontâneos), observados no grupo controle (NaCI). Estes resultados sugerem que, nas condições do presente experimento, o EAP 0,13% não exerceu efeito quimiopreventivo sobre a hepatocarcinogênese em ratos.